Codebit - Programando Soluções

Computação em Nuvem

Cloud, Edge ou On-Premise: qual estratégia está ganhando mercado?

Uma análise profunda das tecnologias que estão redesenhando a infraestrutura empresarial e moldando o futuro da computação

Postado em 20/08/2025

Igor Reis

Escolher entre Cloud, Edge e On-Premise é, hoje, uma decisão estratégica que vai muito além de optar por onde os dados serão processados ou armazenados. Trata-se de definir o quanto sua empresa pode ser ágil, segura e competitiva em um cenário onde cada milissegundo de resposta e cada camada de segurança contam.

Enquanto a computação em nuvem oferece elasticidade e redução de custos iniciais, o Edge Computing garante respostas em tempo real próximas ao usuário, e o modelo On-Premise preserva controle absoluto sobre a infraestrutura.

A evolução das demandas de mercado, a pressão por conformidade regulatória e a busca por inovação estão moldando o equilíbrio entre essas três abordagens, e entender como elas se posicionam pode ser o diferencial para uma estratégia vencedora.

Definição e conceitos de cloud, edge e on-premise

Antes de comparar métricas e casos de uso, é essencial entender o que cada abordagem realmente significa e como elas se diferenciam na prática.

Cloud

A computação em nuvem (Cloud) é um modelo em que recursos como processamento, armazenamento e serviços são disponibilizados remotamente pela internet, geralmente por grandes provedores como AWS, Azure ou Google Cloud. Ela oferece escalabilidade sob demanda, pagamento por uso e menor investimento inicial, mas depende de uma conexão estável e apresenta desafios específicos de segurança e conformidade.

Edge

O Edge Computing leva o processamento de dados para mais próximo da origem, seja no próprio dispositivo, seja em servidores regionais, reduzindo a latência e aumentando a velocidade de resposta. Essa arquitetura é especialmente útil em aplicações que exigem decisões instantâneas, como Internet das Coisas (IoT), veículos autônomos ou monitoramento industrial em tempo real.

On-Premise

Já, a infraestrutura On-Premise mantém todos os servidores e sistemas dentro da própria empresa, sob controle direto da equipe interna de TI. Apesar de demandar maior investimento inicial e manutenção constante, ela garante autonomia total sobre os dados e pode ser a opção mais segura para organizações com requisitos regulatórios rigorosos ou dados altamente sensíveis.

Tendências de adoção no mercado global e nacional

O cenário global mostra uma clara predominância da computação em nuvem, impulsionada pela necessidade de escalabilidade rápida, redução de custos operacionais e flexibilidade na implementação de novos serviços.

De acordo com a pesquisa da MarketsandMarkets, o mercado global de computação em nuvem deve crescer de US$ 1.294,9 bilhões em 2025 para US$ 2.281,1 bilhões até 2030, representando uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 12,0% durante o período de previsão, com especial destaque para modelos híbridos que combinam nuvem pública e privada.

O Edge Computing, embora ainda em estágio de adoção mais seletivo, está ganhando força em setores que demandam respostas em tempo real e alto volume de dados locais, como manufatura avançada, telecomunicações 5G e aplicações de realidade aumentada/virtual.

A tendência é que, conforme as redes 5G se consolidem, o Edge se torne um componente crítico em arquiteturas distribuídas.

Já, o On-Premise, embora em declínio como modelo exclusivo, mantém relevância em indústrias altamente reguladas, como finanças, saúde e governo. Nesses casos, a migração total para a nuvem é frequentemente substituída por soluções híbridas ou multi-cloud, preservando parte da infraestrutura local para dados mais sensíveis.

No Brasil, essa transição é influenciada tanto pela modernização tecnológica quanto por restrições orçamentárias, o que incentiva modelos de adoção gradual.

Custos: Capex vs Opex e impacto financeiro

A decisão entre Cloud, Edge e On-Premise impacta diretamente os custos da empresa, tanto no investimento inicial quanto nas despesas contínuas.

No modelo On-Premise, o gasto é basicamente CAPEX, alto investimento inicial em equipamentos, data centers e licenças, além de manutenção constante. Isso eleva o custo total ao longo do tempo.

Na computação em nuvem, os custos são OPEX, pagos conforme o uso. Isso reduz a necessidade de investimento inicial e traz flexibilidade, mas pode gerar despesas variáveis se o consumo não for bem controlado.

O Edge Computing combina os dois: investimento local em hardware (CAPEX) junto com custos operacionais para serviços gerenciados (OPEX). Essa mistura exige planejamento para otimizar gastos.

Entender esses modelos ajuda a alinhar a escolha tecnológica com a sustentabilidade financeira do projeto.

Performance e latência nas três abordagens

A performance e a latência são fatores essenciais na escolha entre Cloud, Edge e On-Premise, pois impactam diretamente a rapidez e a eficiência com que os dados são processados e entregues.

No modelo On-Premise, a proximidade física dos servidores permite respostas rápidas e baixa latência, ideal para aplicações que exigem alta performance constante, embora essa infraestrutura possa sofrer limitações em momentos de alta demanda.

A computação em nuvem, por sua vez, oferece escalabilidade quase ilimitada, mas a latência pode variar conforme a distância entre o usuário e os data centers, além da qualidade da conexão de internet.

Por fim, o Edge Computing surge como uma solução para reduzir ao máximo a latência, processando dados localmente ou perto da fonte, o que é crucial para sistemas que dependem de respostas instantâneas, como dispositivos IoT, automação industrial e veículos autônomos.

A escolha da melhor abordagem depende do equilíbrio necessário entre capacidade, velocidade de resposta e características específicas da aplicação.

Segurança e conformidade regulatória

Segurança e conformidade são pontos cruciais na escolha entre Cloud, Edge e On-Premise, cada um com seus desafios e vantagens.

No On-Premise, o controle total da infraestrutura facilita a proteção de dados sensíveis, mas exige investimentos contínuos em equipes e atualizações.

A computação em nuvem oferece recursos avançados de segurança e certificações, porém a responsabilidade é compartilhada entre provedor e cliente, exigindo governança atenta.

O Edge Computing amplia o perímetro de segurança com múltiplos pontos de processamento, aumentando os riscos se não houver gestão eficiente.

Alinhar a estratégia tecnológica às exigências legais é vital para evitar riscos financeiros e reputacionais.

Escalabilidade e flexibilidade operacional

A escalabilidade e a flexibilidade operacional são fatores determinantes para o sucesso das operações modernas, influenciando diretamente a capacidade de adaptação a mudanças e a crescimento.

No modelo On-Premise, a escalabilidade é limitada pela capacidade física da infraestrutura instalada, o que pode exigir investimentos significativos para expansão e trazer lentidão para responder rapidamente a picos de demanda.


A computação em nuvem se destaca por sua elasticidade, permitindo que recursos sejam ampliados ou reduzidos conforme a necessidade, com agilidade e menor custo inicial. Isso torna a nuvem ideal para empresas que precisam ajustar operações dinamicamente.


Já, o Edge Computing oferece flexibilidade para processar dados localmente, aliviando a carga da rede principal e permitindo respostas rápidas, no entanto sua escalabilidade depende da distribuição e do gerenciamento dos dispositivos de borda.


Entender como cada modelo suporta crescimento e adaptação é essencial para escolher a arquitetura que melhor atende às demandas do negócio.

Casos de uso mais comuns para cada modelo

Cada modelo atende a necessidades específicas, e seu uso é orientado por diferentes demandas de negócios e tecnologia.

A computação em nuvem é amplamente adotada para aplicações que precisam de alta escalabilidade, como serviços web, armazenamento de dados, desenvolvimento ágil e análises avançadas. Startups, empresas de e-commerce e negócios que buscam agilidade optam pela nuvem para acelerar lançamentos e reduzir custos iniciais.

O Edge Computing é ideal para setores que exigem baixa latência e processamento local, como Internet das Coisas (IoT), manufatura inteligente, cidades inteligentes, veículos autônomos e dispositivos móveis. Ele permite que decisões críticas sejam tomadas rapidamente, sem depender da latência da nuvem.

Já, o On-Premise permanece relevante para organizações que demandam controle total e alta segurança, como instituições financeiras, órgãos governamentais e empresas com dados sensíveis ou regulamentações rigorosas. É comum em ambientes onde a infraestrutura própria é um requisito regulatório ou estratégico.

Conhecer esses casos de uso ajuda gestores e técnicos a direcionarem investimentos e esforços para a melhor solução.

Qual abordagem escolher para diferentes tipos de empresa

A escolha entre Cloud, Edge e On-Premise varia conforme o perfil da empresa. Startups e negócios em crescimento favorecem a nuvem pela agilidade e baixo custo inicial.

Empresas que precisam de respostas rápidas, como indústrias com IoT, tendem a optar pelo Edge Computing.


Organizações que lidam com dados sensíveis ou têm regulamentações rigorosas preferem On-Premise, pela segurança e controle.


Muitas vezes, a solução ideal combina modelos híbridos para equilibrar custo, desempenho e segurança.


Fique ligado no CodeBlog para mais análises e dicas essenciais sobre as melhores tecnologias para seu negócio!