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Economia

O impacto do Pix, do Drex e de outras formas de pagamento no comércio e na vida financeira

Transferências instantâneas, moedas digitais e novos meios de pagamento estão transformando a forma como consumidores e empresas se relacionam com o dinheiro.

Postado em 05/07/2025

Leonardo Fróes

Nos últimos anos, as formas de pagamento passaram por transformações profundas impulsionadas por avanços tecnológicos, mudanças nos hábitos de consumo e políticas públicas de digitalização. O Pix, por exemplo, criado e operado pelo Banco Central, é hoje um dos meios mais utilizados no Brasil para realizar transferências e pagamentos.

Além dele, outras inovações vêm ganhando espaço: carteiras digitais, pagamentos por aproximação, autenticação biométrica, além da moeda digital Drex, em fase de desenvolvimento. Essas soluções estão moldando uma nova lógica no comércio e nas finanças pessoais, com impactos diretos na inclusão financeira, na eficiência das transações e na experiência do usuário.

Este artigo apresenta as principais tendências que estão redesenhando o cenário dos pagamentos digitais no Brasil, seus benefícios, desafios e projeções para os próximos anos.

Pix e a consolidação dos pagamentos instantâneos no dia a dia

Lançado oficialmente em novembro de 2020, o Pix transformou a forma como pessoas e empresas lidam com o dinheiro no Brasil. Rápido, gratuito e disponível 24 horas por dia, o sistema de pagamentos instantâneos desenvolvido pelo Banco Central tornou-se um marco na digitalização das transações financeiras.

Hoje, mais de 150 milhões de brasileiros usam o Pix regularmente. Segundo dados do próprio Banco Central, são mais de 4 bilhões de transações mensais realizadas via Pix, número que cresce a cada trimestre. Além de transferências entre pessoas físicas, o sistema também ganhou protagonismo em compras, pagamentos de contas, serviços e cobranças via QR Code.

Curiosamente, o Brasil foi o primeiro país a criar e implantar uma solução de pagamento instantâneo em escala nacional e pública, servindo de inspiração para outras economias emergentes.

Como o Pix impulsiona o comércio digital e o local

A popularização do Pix vai além da praticidade para o usuário final. O comércio, especialmente o varejo físico e digital, foi um dos grandes beneficiados. Microempreendedores passaram a receber pagamentos sem depender de maquininhas ou boletos. Pequenos negócios viram suas vendas aumentarem com a opção de um pagamento rápido e sem taxas.

Entre os principais impactos estão:

  • Redução dos custos operacionais com taxas bancárias e intermediadores.
  • Maior conversão de vendas, ao facilitar pagamentos imediatos em lojas online e físicas.
  • Estímulo à formalização de negócios, com registros digitais das transações.
  • Agilidade no fluxo de caixa, já que o recebimento é instantâneo.

O Pix também abriu caminho para modelos de assinatura, microtransações e doações em tempo real, acelerando a economia digital.

Novas formas de pagamento ganham espaço

Apesar da liderança do Pix, ele não está sozinho nessa revolução. O avanço das tecnologias digitais têm viabilizado novos meios de pagamento que se integram a diferentes momentos da jornada do consumidor. Entre os destaques estão:

  • Biometria facial e digital como forma de autenticação de pagamentos.
  • Dispositivos vestíveis, como relógios inteligentes, que permitem transações por aproximação.
  • Carteiras digitais, cada vez mais completas, integrando crédito, débito, criptoativos e Cashback.
  • Pagamentos por voz, via assistentes virtuais.

Essa diversidade mostra que as formas de pagamento vão coexistir e se complementar, permitindo escolhas mais alinhadas aos hábitos e preferências de cada pessoa.

Drex e o futuro da moeda digital no Brasil

Além do Pix, outra inovação importante vem ganhando espaço nas discussões sobre o futuro dos pagamentos: o Drex, a moeda digital brasileira em desenvolvimento pelo Banco Central. Previsto para ser lançado ainda em 2025, o Drex promete facilitar transações automatizadas, integrar contratos inteligentes e ampliar a digitalização da economia.

Para entender em detalhes como ele vai funcionar, seus usos e implicações, confira o artigo completo sobre o tema aqui no CodeBlog.

Drex: o que você precisa saber sobre a moeda digital brasileira

Segurança e experiência do usuário

Com a expansão dos pagamentos digitais, surgem também preocupações com fraudes, usabilidade e proteção de dados. Reclamações relacionadas à instabilidade de aplicativos, golpes e dificuldades de atendimento têm se tornado frequentes, especialmente em apps de instituições menores.

O setor tem respondido com soluções como:

  • Limites dinâmicos de transação, ajustáveis com autenticação reforçada.
  • Notificações em tempo real, que permitem rápida contestação em caso de erro ou golpe.
  • Aplicação de IA para identificar transações suspeitas e melhorar o atendimento.
  • Adoção de padrões de design mais claros e acessíveis entre diferentes apps.

O próximo passo será garantir padronização na experiência do usuário, interoperabilidade entre plataformas e mais transparência nas regras de segurança.

Inovações das fintechs e a evolução dos meios de pagamento

O avanço das fintechs impulsiona uma transformação profunda na forma como pessoas e empresas lidam com o dinheiro. Ao unir tecnologia, design centrado no usuário e modelos de negócio flexíveis, essas empresas vêm democratizando o acesso aos serviços financeiros e moldando um novo padrão de experiência para o consumidor digital.

Entre os principais diferenciais oferecidos pelas fintechs, destacam-se:

  • Pagamentos por aproximação e QR Code, que agilizam compras físicas e eliminam o uso de dinheiro em espécie.
  • Carteiras digitais, que concentram múltiplas funções em um único app, de pagamentos a gestão de saldo e crédito.
  • Biometria e autenticação facial, garantindo segurança com praticidade na liberação de transações.
  • Inteligência artificial, usada para prever gastos, sugerir metas e prevenir fraudes em tempo real.
  • Soluções omnichannel, que conectam ambientes físicos e digitais para uma jornada de compra integrada.

Essas plataformas incorporam funcionalidades que antes exigiam múltiplos intermediários, como:

  • Crédito e débito em tempo real.
  • Programas de cashback personalizados.
  • Parcelamento inteligente baseado no perfil de consumo.
  • Integração com Pix para transferências instantâneas e cobranças automatizadas.

Esse ecossistema digital reduz barreiras tradicionais, como burocracia, taxas elevadas e exigência de presença física e coloca o usuário no centro da experiência.

Para o comércio, significa mais conversão e menos atrito. Para o consumidor, liberdade, transparência e controle na palma da mão.

Pagamentos digitais e sustentabilidade

A digitalização dos pagamentos também carrega um potencial ambiental importante. Ao reduzir o uso de papel-moeda, cartões físicos e deslocamentos presenciais, essas soluções contribuem para a diminuição da pegada ecológica do sistema financeiro.

Fintechs e bancos digitais têm incorporado funcionalidades que permitem aos usuários monitorarem a pegada de carbono gerada pelos seus hábitos de consumo. Alguns aplicativos já oferecem relatórios personalizados e sugestões de compensação, alinhando escolhas financeiras a atitudes mais sustentáveis.

A realização da COP30 no Brasil destaca ainda mais a relevância dessa agenda. O evento, que vai acontecer em novembro deste ano, em Belém/PA, será uma vitrine internacional para soluções financeiras que combinem inclusão, inovação e responsabilidade ambiental.

O setor de pagamentos, neste contexto, pode desempenhar um papel estratégico ao integrar sustentabilidade à experiência do usuário,  como valor aspiracional e também prática cotidiana.

O futuro dos pagamentos

O futuro dos pagamentos já está acontecendo, impulsionado por tecnologias que tornam as transações cada vez mais rápidas, seguras e integradas ao nosso cotidiano. 

Novas formas de pagamento digital transformam a maneira como consumimos, trabalhamos e nos relacionamos financeiramente, promovendo mais conveniência, agilidade e controle para pessoas e empresas.

Essa evolução tecnológica impacta diretamente nossos hábitos, ampliando o acesso a serviços financeiros, simplificando processos e criando oportunidades inéditas para inclusão e inovação. Ao mesmo tempo, traz desafios importantes, como a necessidade de fortalecer a segurança digital, garantir usabilidade para todos os públicos e promover transparência para aumentar a confiança dos usuários.

Compreender essas inovações e seus impactos é fundamental para que empresas, empreendedores e profissionais estejam preparados para acompanhar as mudanças no mercado.

Estar bem informado sobre as tendências e desafios dos pagamentos digitais ajuda a identificar oportunidades, otimizar processos e construir estratégias mais alinhadas às demandas atuais, garantindo maior competitividade e eficiência em um ambiente em constante transformação.