O mercado de trabalho está passando por uma verdadeira revolução desde que os avanços tecnológicos se disseminaram e facilitaram o acesso à informação e, principalmente, à conscientização.
Além disso, o próprio comportamento da sociedade já não é mais o mesmo e, alguns hábitos, que até pouco tempo atrás eram questionáveis, hoje em dia são inaceitáveis. Nesse contexto, a luta feminina se fortaleceu, e muitas mulheres têm se unido em busca de equidade de salários e de gênero, extinção do assédio, ambientes inclusivos e várias outras ações que contribuem para o reconhecimento feminino no cenário corporativo.
Contudo, na área da tecnologia, a participação das mulheres ainda continua mínima. De acordo com os dados da YouthSpark, da Microsoft, apenas 18% dos graduados em ciência da computação são do gênero feminino.
Além disso, somente 25% dos profissionais de áreas técnicas de tecnologia da informação (TI) são mulheres. Percentual, este, significativamente menor quando comparado à quantidade de estudantes mulheres dentro das universidades nos anos 70.
Outro dado tanto quanto assustador é que o índice de mulheres que buscam recolocação no mercado é maior que 36 mil, segundo a Associação Telecentro de Informação e Negócio (ATN).
A pergunta que não quer calar é: se a ciência da computação foi criada e difundida por mulheres, por que ainda existe tanta desigualdade de gênero no mercado de trabalho?
Influência cultural
Inúmeros mitos ainda afastam as mulheres das áreas de exatas. Como, por exemplo, os estereótipos culturais, que ainda relacionam o sexo feminino apenas com as relações de cuidado, submissão e ensino.
Isso, certamente, justifica a razão pela qual grande parte das mulheres escolhe seguir carreira em áreas relacionadas com humanidades e ciências biológicas, inclusive, estudos recentes afirmam que o meio onde as mulheres estão inseridas interfere diretamente nas suas escolhas.
Além disso, considerando que existem inúmeros obstáculos voltados às questões de gêneros, é natural que exista uma autocobrança muito evidente entre as mulheres, visto que os desafios enfrentados pelo sexo feminino para preencher uma vaga em determinada empresa são, muita vezes, maiores.
Uma pesquisa realizada em Harvard escancarou esse ponto quando conclui que mulheres só se aplicam a uma vaga de tecnologia quando cumprem 100% dos requisitos. Já, os homens conseguem vagas com apenas 60% dos requisitos habilitados.
5 caminhos para aumentar a representatividade feminina nas áreas tecnológicas
1. Entrevistas devem ser feitas por competência, não por gênero
Por mais óbvio que pareça, é papel do RH não fazer nenhum tipo de distinção por gênero. Além disso, é preciso conceder oportunidades, ter tolerância zero com preconceitos e implementar um conjunto de ações que intensificam a representatividade feminina no mercado de trabalho.
2. Dar voz às mulheres é fundamental
Mesmo que as mulheres da tecnologia conquistem as vagas desejadas, elas ainda precisam enfrentar uma série de conflitos, constrangimentos, piadas e retaliações por fazerem parte de equipes majoritariamente masculinas.
Além disso, também é papel dos gestores, do RH e de todas as lideranças não serem coniventes e punirem qualquer tipo de comportamento desrespeitoso. Afinal, apenas com um ambiente agradável e diverso, todos os envolvidos poderão ter motivação suficiente para entregar os melhores resultados.
3. Propulsar o desenvolvimento feminino é fundamental
Muitas vezes, as empresas não têm estrutura para treinar e desenvolver internamente as suas equipes, mas, ainda assim, é possível criar ações voltadas à profissionalização como a negociação de descontos em universidades e participação em eventos relacionados à área ou a palestras.
4. Talentos escondidos também merecem atenção!
Quando compreendemos que muitas mulheres escolhem seguir carreiras em áreas humanas, ciências e biológicas, precisamos ir além e olharmos com atenção para todos os talentos escondidos nas empresas.
Dentro das companhias, existem mulheres apaixonadas por tecnologia, como redatoras que adotam escrever artigos sobre programação, atendentes de desenvolvimento que sempre estão prontas para ajudar na resolução de problemas, secretárias que manifestam interesse sobre os assuntos… Enfim, existe uma quantidade gigantesca de programadoras escondidas, que estão apenas esperando uma oportunidade para mudar de carreira e atingir a sua potência máxima.
5. Estimular o diálogo sobre o tema também é um incentivo
Por fim, é preciso destacar que você não precisa necessariamente ter uma empresa de tecnologia para estimular a participação das mulheres nesse mercado. É possível contribuir com a representatividade feminina falando mais sobre o tema, promovendo e participando de coletivos, eventos e palestras.
Essa causa também é sua! Afinal, incluir as mulheres nas áreas de TI é uma oportunidade para propulsar uma verdadeira revolução a partir de novos hábitos e novos olhares.
Enfim, gostou de descobrir o papel das mulheres nos cargos de TI e como aumentar a representatividade feminina?
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Um grande abraço e até o próximo post!