Com o avanço dos modelos de trabalho híbrido e remoto, a preocupação com a segurança da informação ganhou ainda mais relevância para CEOs, diretores e gestores de TI. Afinal, no home office, as informações da empresa deixam de circular apenas em redes corporativas protegidas e passam a transitar por dispositivos pessoais, redes Wi-Fi domésticas e serviços externos. Isso amplia os pontos vulneráveis e pode colocar em risco dados sensíveis tanto da empresa quanto de clientes e consumidores.
De acordo com a IBM Security (2024), o custo médio de um vazamento de dados em empresas com equipes remotas chega a ser até 20% mais caro do que em organizações que operam exclusivamente no modelo presencial. E esse impacto vai além do financeiro, afetando diretamente a reputação da marca, a confiança de clientes e parceiros e, em casos mais críticos, a continuidade do negócio.
Nesse pacote de preocupações com a segurança de dados em home office, há ainda o cumprimento da LGPD, que exige o tratamento adequado e seguro de dados pessoais, independentemente do local de trabalho. Tantos pontos de atenção deixam claro que garantir um ecossistema seguro no trabalho flexível não é mais uma opção, mas sim uma necessidade para empresas que desejam fazer parte da revolução silenciosa do trabalho flexível e manter o seu papel de confiança no mercado.
Neste artigo, você vai descobrir que o investimento em segurança no home office não se resume a adquirir tecnologias: trata-se de construir uma cultura organizacional capaz de reduzir falhas humanas, uma das principais causas de incidentes cibernéticos em ambientes remotos. Para saber se a sua empresa está no caminho certo, elaboramos um checklist prático, no final do artigo, com os principais pontos de atenção que envolvem esse tema. Mas afinal, por onde começar?
Crie políticas claras de segurança para o trabalho remoto
Se a sua empresa ainda não tem uma política de segurança para home office, talvez seja a hora de criar uma. É fundamental desenvolver e comunicar regras claras para o trabalho flexível, e isso vai além de um documento oficial: estamos falando de um guia prático e acessível para todos os colaboradores. Essas políticas devem abordar detalhadamente o uso de dispositivos pessoais (BYOD - Bring Your Own Device), estabelecendo o que pode e o que não pode ser acessado, e como estes acessos devem ser protegidos.
Esse guia também deve incluir orientações claras sobre o acesso a redes Wi-Fi públicas, alertando sobre os riscos e as melhores práticas para evitar invasões de terceiros. A política também deve estabelecer canais oficiais para compartilhamento de documentos, além de ditar as práticas de backup, garantindo que dados críticos sejam salvos regularmente e de forma segura.
Políticas bem definidas não apenas reduzem vulnerabilidades, mas também criam uma cultura de segurança em que cada colaborador se torna um agente ativo na proteção dos dados da empresa.
Invista em VPN e criptografia de ponta a ponta
Garantir que todos os acessos aos sistemas corporativos sejam feitos por meio de VPNs (Redes Privadas Virtuais) é uma das medidas mais eficazes para estabelecer um caminho seguro entre o dispositivo do colaborador e a rede da empresa. A VPN criptografa o tráfego de dados, tornando-o ilegível para qualquer um que tente invadi-lo. Além disso, a criptografia de dados deve ser obrigatória. Isso significa que as informações devem ser codificadas ao serem enviadas (em trânsito) e ao serem armazenadas em servidores ou dispositivos (em repouso).
Para empresas que lidam com informações confidenciais de clientes, como dados financeiros ou de saúde, esse é um recurso essencial e inegociável. A criptografia minimiza drasticamente o risco de interceptação e o uso indevido por agentes maliciosos, mesmo que consigam algum tipo de acesso. É a garantia de que, mesmo que os dados sejam alcançados, eles serão inúteis para o invasor.
Gerencie dispositivos e estabeleça verificação multifator
No modelo remoto, a linha entre dispositivos pessoais e corporativos pode se tornar tênue, o que aumenta a margem de ataque. Por isso, é essencial implementar soluções de gerenciamento de dispositivos móveis (MDM). O MDM permite que a equipe de TI configure, monitore e gerencie remotamente os dispositivos que acessam os recursos da empresa, garantindo que estejam atualizados, com softwares de segurança instalados e em conformidade com as políticas internas.
Outra barreira de segurança digital poderosa para proteger sistemas e aplicações críticas é a verificação em duas etapas, também conhecida como autenticação de dois fatores. Esse tipo de login geralmente combina senhas, token, celular e biometria, dificultando ataques baseados em roubo de credenciais. Mesmo que um criminoso obtenha a senha de um colaborador, ele ainda precisaria do segundo fator de autenticação para ter acesso, reduzindo significativamente o impacto de um possível dispositivo ou conta comprometida.
Capacite continuamente os colaboradores
Muitos ataques cibernéticos exploram o elo mais frágil da segurança: o comportamento humano. Por isso, promover treinamentos periódicos e dinâmicos sobre boas práticas de cibersegurança é indispensável. Esses treinamentos devem ir além da teoria, focando em exemplos práticos e simulações para que os colaboradores saibam como identificar e reagir a ameaças comuns.
Tópicos como e-mails falsos, estratégias de manipulação e identificação de links suspeitos ou anexos maliciosos devem ser constantemente abordados. Empresas que investem em capacitação reduzem significativamente o número de incidentes causados por erros humanos, transformando seus colaboradores em uma linha de defesa ativa contra os cibercriminosos.
Invista em soluções de monitoramento e resposta
Incidentes de segurança podem acontecer. Em vista de tal fato, investir em soluções de monitoramento contínuo, como sistemas de detecção e resposta a ameaças (EDR - Endpoint Detection and Response e XDR - Extended Detection and Response), é crucial. Essas ferramentas permitem que a sua empresa identifique atividades suspeitas rapidamente, desde comportamentos atípicos em dispositivos até tentativas de acesso não autorizadas, e atue antes que um ataque se consolide ou se espalhe.
A definição de um plano de resposta a incidentes para ambientes remotos também deve ser parte da estratégia. Este plano deve detalhar os passos a serem seguidos em caso de violação, quem são os responsáveis, como a comunicação interna e externa será feita, e quais medidas serão tomadas para conter ou remediar o ataque. Ter um plano bem definido reduz o tempo de inatividade e os danos causados por uma invasão.
Reforço na segurança da nuvem e dos serviços utilizados
Com o uso crescente de aplicações SaaS (Software as a Service), armazenamento em nuvem e ferramentas colaborativas, as organizações devem revisar periodicamente a configuração de segurança desses serviços. É um erro comum acreditar que a segurança na nuvem é responsabilidade exclusiva do provedor. A segurança da nuvem é uma responsabilidade compartilhada.
Isso inclui rigorosos controles de acesso, garantindo que apenas usuários autorizados tenham as permissões necessárias para cada tipo de informação. A revisão de permissões deve ser feita regularmente, especialmente quando colaboradores mudam de função ou deixam a empresa. Assim sendo, os logs de auditoria desses serviços devem ser monitorados para identificar atividades incomuns. Por fim, a integração com ferramentas de segurança corporativa existentes (como SIEM - Security Information and Event Management) fortalece a visibilidade e o controle sobre os dados na nuvem, garantindo uma postura de segurança unificada.
A CodeBit conta com diversas soluções de infraestrutura em nuvem. Entre elas está o CloudOps Review, que realiza uma varredura completa da arquitetura em nuvem, garantindo a proteção dos dados e sistemas hospedados. Além do diagnóstico, o CloudOps Review conta com testes de vulnerabilidade, estratégias de adequação à LGPD e avaliações em diversos níveis.
Criamos um checklist rápido para você refletir sobre a segurança dos dados da sua empresa durante expedientes flexíveis, ou seja, no formato remoto ou híbrido. Confira a seguir.
Checklist da segurança em home office
Política e processos
- Existe uma política formal de segurança para trabalho remoto?
- Os colaboradores receberam e assinaram o termo de ciência da política?
- Há orientações claras sobre uso de dispositivos pessoais e redes Wi-Fi?
Tecnologia e infraestrutura
- O acesso remoto é feito por VPN segura e obrigatória?
- Há criptografia para dados em trânsito e em repouso?
- Todos os dispositivos possuem antivírus e firewall ativos?
Controle de acesso
- A autenticação de dois fatores está ativada em todos os sistemas críticos?
- Os acessos são revisados e atualizados periodicamente?
- Os dispositivos corporativos são gerenciados por MDM?
Capacitação
- A equipe participa regularmente de treinamentos em segurança?
- São realizados testes de phishing ou simulações de ataques sociais?
Monitoramento e resposta
- A empresa utiliza ferramentas de monitoramento e detecção de ameaças?
- Existe um plano de resposta a incidentes adaptado ao home office?
- Logs e auditorias são revisados regularmente?
Nuvem e serviços
- As configurações de segurança da nuvem são revisadas com frequência?
- Os serviços SaaS utilizados possuem controles de acesso adequados?
- Existe controle de permissões em documentos compartilhados?
Conseguiu ter uma ideia de como anda a segurança dos dados da sua empresa por meio desse checklist?
Como vimos ao longo do artigo, a segurança de dados em modelos de trabalho remoto vai muito além da tecnologia: envolve processos, cultura e vigilância constante. CEOs e gestores que encaram a segurança como prioridade estratégica estão mais preparados para manter a continuidade do negócio e proteger seus ativos mais valiosos: as informações e a confiança de clientes e parceiros.
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