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AWS Data: sua IA é tão boa quanto os seus dados?

Embora os modelos de IA Generativa estejam nas manchetes e nas discussões, o verdadeiro impulsionador por trás das inovações está no extenso volume de dados de treinamento meticulosamente selecionados

Postado em 11/04/2025

Leonardo Fróes

A IA Generativa transformou a forma como interagimos com a tecnologia, seja por meio de chatbots, geração de conteúdo ou automação de processos.

No entanto, por trás de cada resposta do ChatGPT, de cada imagem criada como um estilo de desenho ou de cada código sugerido pelo GitHub Copilot, existe um elemento fundamental: dados de alta qualidade.

Se os dados utilizados para treinar esses modelos forem incompletos, inconsistentes ou imprecisos, os resultados serão igualmente falhos. 

Por que a qualidade dos dados é crucial para a IA?

A IA Generativa depende inteiramente dos dados que consome. Se esses dados forem imprecisos, desatualizados ou enviesados, os modelos produzirão resultados incorretos ou até mesmo prejudiciais. 

Um estudo da AWS revelou que 93% dos diretores de dados consideram a estratégia de dados essencial para extrair valor da IA Generativa, mas 57% ainda não a implementaram.

Impactos da baixa qualidade dos dados

Os riscos de negligenciar a gestão de dados vão muito além de simples erros operacionais. Quando falamos de IA Generativa e análise de dados, informações imprecisas criam um efeito dominó com consequências críticas para os negócios:

  • Tomada de decisões equivocadas (baseadas em informações incorretas).
  • Prejuízos financeiros (a IBM estima que empresas perdem até 25% da receita anual devido a erros em dados).
  • Falhas em compliance e segurança (violações de regulamentações como GDPR).

A base invisível da IA Generativa

Os melhores modelos de IA — como o GPT-4 ou os sistemas de recomendação da Amazon e Netflix — só alcançam alta performance porque são alimentados por:

  • Dados curados: processos rigorosos de filtragem para garantir relevância (ex.: petabytes de textos limpos no treinamento de LLMs).
  • Diversidade representativa: evita vieses em setores críticos como saúde (diagnósticos) e finanças (análises de crédito).
  • Atualização contínua: dados desatualizados geram respostas obsoletas ou imprecisas.

Sem essa base de qualidade de dados, mesmo os algoritmos mais avançados falham, comprometendo desde chatbots de atendimento até sistemas de automação empresarial.

Os 6 pilares da qualidade de dados

Para garantir que seus dados sejam verdadeiramente confiáveis e adequados para alimentar sistemas de IA de alto desempenho, é essencial avaliá-los através destes seis pilares fundamentais:

Completude → Todos os campos necessários estão preenchidos?

Consistência → Os dados não se contradizem em diferentes sistemas?

Conformidade → Seguem padrões e regulamentações?

Integridade → Relacionamentos entre dados estão preservados?

Precisão → Refletem a realidade?

Atualidade → Estão desatualizados ou ainda válidos?

Esses pilares não são somente conceitos teóricos — são requisitos práticos para quem deseja extrair valor real dos seus dados. Um estudo de 2023 do MIT mostra que organizações que monitoram essas 6 dimensões reduzem em 40% os custos com retrabalho em projetos de machine learning.

Os impactos da má qualidade de dados na IA Generativa

A relação entre qualidade de dados e desempenho de IA é direta e mensurável. Modelos generativos, por sua natureza complexa, amplificam exponencialmente qualquer deficiência presente em seus dados de treinamento. Veja como problemas específicos se manifestam:

Dados enviesados criam sistemas discriminatórios

  • Caso real: Em 2023, um sistema de triagem de currículos em uma multinacional privilegiou candidatos do gênero masculino em 78% das vagas técnicas
  • Efeito cascata: O modelo replicou padrões históricos presentes nos dados de contratações anteriores

Informações desatualizadas comprometem a precisão

  • Cenário comum: Modelos financeiros usando dados pré-pandemia subestimaram riscos de mercado em 2022
  • Consequência: Previsões errôneas em análises de crédito e investimentos

Fontes não validadas geram alucinações críticas

  • Incidente documentado: Chatbot de e-commerce que recomendou medicamentos controlados sem prescrição
  • Análise pós-falha: 43% das respostas problemáticas vinham de fóruns não moderados usados no treinamento

Em 2024, um banco europeu sofreu multa de €2.3 milhões quando seu assistente virtual forneceu informações regulatórias incorretas a clientes — problema rastreado à falta de governança nos dados de treinamento.

Boas práticas para garantir a qualidade dos dados

A qualidade dos dados é uma jornada contínua. E para empresas que buscam extrair o máximo valor da IA Generativa, adotar práticas sólidas de gestão de dados não é opcional, é essencial. 

Conheça os quatro pilares fundamentais que sustentam uma estratégia de dados confiável e escalável.

Limpeza e higienização

Antes de alimentar qualquer modelo de IA, os dados precisam passar por um processo rigoroso de preparação. Isso inclui:

  • Remoção inteligente de duplicatas, usando algoritmos que detectam não apenas cópias exatas, mas também registros semelhantes (por exemplo, “José Silva” e “Jose Silva”).
  • Padronização de formatos, como datas no padrão DD/MM/AAAA e valores monetários com a mesma notação.
  • Tratamento de outliers, com o uso de métodos estatísticos para eliminar distorções.
  • Validação cruzada entre fontes, garantindo consistência e confiabilidade dos dados.

Governança de dados

Sem uma governança sólida, dados de qualidade não se sustentam. Os principais componentes incluem:

  • Políticas de acesso bem definidas, determinando quem pode visualizar, editar ou aprovar dados.
  • Documentação clara, que explique a origem, os significados e as regras de cada dataset.
  • Metadados completos, permitindo rastrear toda a linhagem dos dados.
  • Controle de versões, para entender como os dados evoluíram ao longo do tempo.

Essa estrutura oferece transparência, segurança e facilita a colaboração entre equipes técnicas e de negócio.

Atualização constante

Dados desatualizados podem ser tão prejudiciais quanto dados incorretos. Para evitar que informações antigas prejudiquem a IA:

  • Estabeleça frequências de atualização adaptadas ao tipo de dado (diária para dados de mercado, trimestral para demográficos, por exemplo).
  • Implemente processos automatizados para identificar e atualizar registros obsoletos.
  • Crie mecanismos de feedback, permitindo que usuários reportem inconsistências.

Monitoramento contínuo

Qualidade não se preserva sozinha. Por isso, é fundamental contar com:

  • Sistemas de alerta em tempo real, que detectem anomalias e quedas na qualidade dos dados.
  • Relatórios periódicos, que avaliem a saúde dos dados e direcionem melhorias.
  • Processos ágeis de correção, permitindo ajustes rápidos antes que problemas afetem a IA.

Organizações que adotam esse framework completo reportam reduções de até 50% em erros operacionais, aumento de 40% na eficácia de modelos de IA e uma queda significativa em retrabalhos e ajustes manuais. Ao transformar dados brutos em ativos confiáveis, essas empresas criam a base ideal para qualquer iniciativa de IA Generativa com impacto real.

Dados como produto estratégico

Dados deixaram de ser somente um subproduto das operações para se tornarem ativos estratégicos — essenciais para inovação, tomada de decisão e vantagem competitiva. 

As organizações mais avançadas já adotam essa visão e estruturam suas iniciativas com base em um modelo em que os dados são tratados como um produto com ciclo de vida, governança e valor mensurável.

Esse novo paradigma exige roadmaps de dados claros e integrados aos objetivos do negócio, orientando desde a coleta até o uso final dos dados para gerar valor. Em vez de iniciativas pontuais e desconectadas, o foco passa a ser na criação de plataformas sustentáveis de dados, com metas e indicadores bem definidos.

Muitas empresas estão formando equipes multidisciplinares dedicadas à curadoria, análise e entrega de dados como produtos internos, prontos para consumo por times de marketing, finanças, desenvolvimento e, claro, inteligência artificial. Essas equipes são responsáveis por garantir a qualidade, a usabilidade e a acessibilidade dos dados de forma contínua.

Para que tudo isso funcione, é necessário promover uma cultura organizacional orientada à qualidade de dados, que envolva desde lideranças até times operacionais. Isso significa incentivar boas práticas no dia a dia, investir em capacitação e adotar ferramentas que democratizem o acesso à informação — sempre com responsabilidade, segurança e governança.

Tratar dados como produto é, portanto, um movimento inevitável para empresas que desejam escalar o uso de IA Generativa com confiança, precisão e impacto real. Quem investir nessa jornada agora estará na dianteira da próxima revolução digital.

AWS Data: soluções para dados confiáveis

Para transformar dados em ativos estratégicos e impulsionar a inteligência artificial, é fundamental contar com uma infraestrutura robusta, escalável e segura. A AWS (Amazon Web Services) oferece um ecossistema completo de soluções voltadas à coleta, armazenamento, processamento e análise de dados, ajudando empresas a manterem seus dados sempre prontos para gerar valor real.

Com o Amazon Redshift, é possível construir um data warehouse escalável e de alto desempenho, ideal para análises complexas e em tempo quase real. Já o AWS Lake Formation permite a criação rápida e segura de data lakes, centralizando dados estruturados e não estruturados em um único repositório governado — essencial para garantir acesso controlado e confiável.

Para consultas diretas e dinâmicas, o Amazon Athena oferece uma solução sem servidor que permite usar SQL para explorar dados armazenados no Amazon S3, eliminando a necessidade de infraestrutura adicional. Complementando esse ecossistema, o AWS Data Pipeline facilita a orquestração de fluxos de dados entre serviços, automatizando processos de extração, transformação e carregamento (ETL) com segurança e eficiência.

Essas ferramentas, quando integradas, permitem às organizações manter dados limpos, bem organizados, monitorados e acessíveis. Mais do que isso: criam uma base sólida para aplicações de IA generativa, reduzindo riscos operacionais, melhorando a tomada de decisões e acelerando a inovação.

Ao adotar os serviços de dados da AWS, empresas de todos os portes ganham flexibilidade, controle e confiança para avançar em sua jornada de transformação digital.

A Codebit e a qualidade dos seus dados

Na Codebit, entendemos que a excelência em IA começa com dados confiáveis. Por isso, em parceria com a AWS, oferecemos soluções personalizadas para:

✔ Integração de dados (ETL, migrações).

✔ Governança e segurança (compliance com LGPD/GDPR).

✔ Otimização de modelos de IA (treinamento com dados curados).

Quer impulsionar sua estratégia de dados? Acompanhe o CodeBlog para mais insights e cases de sucesso!